Como em todas as viagens, procuro sempre fazer valer aquela famosa expressão “fechar com chave de ouro“, que pode ser um passeio muito desejado, a cidade que mais quero conhecer ou um hotel incrível.
Na África do Sul não poderia ser diferente e depois de nos hospedarmos dentro do Kruger e fazer o safári no parque, resolvemos “gastar” (literalmente) nossa última noite na região em um super hotel, no estilo daquele que a Marina Ruy Barbosa passou sua lua-de-mel. Atenção gente, “no estilo” e não no mesmo hotel e com certeza não na mesma categoria de quarto! kkkkk (A reserva que ela ficou chama-se Sabi Sabi, lá a suíte presidencial com carro particular para fazer os safáris custa a partir de R28500.00, para 2 pessoas).
Em muitas cidades da África do Sul existe esse tipo de hotel mais requintado, que fica dentro de uma reserva particular (Private Game Reserve), normalmente com pensão completa e dois safáris já incluídos no preço da diária, então vou contar em detalhes como foi minha experiência.
Por indicação de uma amiga (Débora do @boradeboa) escolhemos a reserva do Kapama, que conta com 4 hotéis, cada um com suas características e preços conforme as comodidades oferecidas. Veja mais em www.kapama.com.
Ficamos no Kapama River Lodge, que em março/2017 tinha diárias a partir de R$ 3.200,00 (R11959.50 na moeda local), para o quarto triplo.
Legal dizer que em 2018, o Kapama River Lodge ficou em terceiro lugar na categoria Melhor Hotel da África Do Sul pelo Trip Advisor. Prêmio bem merecido!
Logo que chegamos, fomos recepcionadas já no estacionamento pelo nosso anfritrião, super simpático e prestativo, que já chamou os carregadores das malas e levaram o carro até o estacionamento.
Nos conduziu até a sala de estar do hotel, onde fez nosso check in, que parecia mais uma conversa do que um check in convencional, enquanto nos serviam um drink de boas-vindas (opção com e sem álcool). Como soube que éramos vegetarianas, já chamou o chef e pediu que fizesse um prato especialmente para atender nossa opção. E fez tudo muito rápido para não perdermos o almoço, que ainda estava sendo servido.
O almoço foi muito bom e o ambiente, lindo. Glamour total! rsrs
Depois fomos para o quarto, conhecer nossa suíte e detalhe: nosso quarto era da categoria stardand e olhem que quarto… Só posso dizer uma coisa, foi o standard mais legal que já fiquei na vida.
Quarto enorme; decoração elegante e clean; varanda; banheiro gigante, com chuveiro e vaso separados (do jeito que eu gosto); banheira com vista para o jardim; chuveiro maravilhoso; limpeza nota 10; cama King, com lençóis beeeem macios. Ou seja, tudo tão bom que não dava vontade de sair do quarto, mas era preciso, afinal às 16h começaria o SAFÁRI!
Chegamos no ponto de encontro um pouco antes do horário e nos encaminharam para o restaurante, pois antes do passeio eles servem um “lanchinho” (comida, de novo? sim! aperitivos, petiscos, sucos e doces).
Depois de ganhar mais uns quilinhos, fomos para os jipes. A nossa ranger (ou seja, a guia e motorista – por sinal a única mulher ranger que vimos no Kapama) se apresentou, apresentou o também tracker, que é aquele que vai sentado no banquinho à frente do jipe e é responsável por avistar os animais e encontrar seus rastros, e nos passou as instruções do passeio.
Detalhe que, para se tornar um ranger, é preciso fazer um curso universitário, depois um período de estágio prático. O ranger é um profundo conhecedor não apenas da fauna, mas da flora também.
Logo no início do passeio vimos uma girafa, bem pertinho de nós, comendo as folhas das árvores. Mais para frente vimos outros animais, até que achamos três leoas deitadas, bem tranquilas, após uma refeição… uma delas estava prenha. Foi um mix de sentimentos… alegria, emoção, medo, frio na espinha, euforia…
Depois disso, andamos mais um pouco pela reserva e quando o sol estava quase se pondo, paramos em frente a um laguinho e fizemos um piquenique com direito a brinde e salgadinhos (bebidas alcoólicas não estão inclusas na diária).
Saímos e andamos mais um pouco, já estava escuro e quase no final do safári, quando demos de cara com ele, o rei da savana (não da selva, como aprendemos desde criança!)… lindo, imponente… ficou um tempo deitado, levantou, passou bem ao lado do nosso carro, continuou andando pela estrada, nós o seguimos… ele parou, nós paramos… ele começou a rugir… de novo, aquele mix de sentimentos por ver um leão assim tão pertinho… muito medo, emoção, felicidade, gratidão!
Voltamos ao hotel, descansamos um pouco e adivinha? Fomos para a próxima refeição! Agora em outro restaurante exclusivo para o jantar. Esse tem uma parte aberta no centro, onde eles fazem uma fogueira e fica um ambiente bem rústico e interessante. Ao final do jantar, os garçons e todos os que trabalham na cozinha cantam e dançam uma música típica africana, proporcionando um lindo show para os hóspedes.
No dia seguinte, ao amanhecer acontece outro safari. Em seguida tem o café da manhã, com muita variedade para atender a todos os gostos e depois disso é só relaxar na piscina ou no spa (custo a parte), e para nós, infelizmente, chegava a hora da partida.
No final das contas, vale o investimento? Na minha opinião, vale muito sim e se tivesse mais espaço no roteiro e com orçamento mais folgado, teria ficado pelo menos mais uma noite, porque como em todo hotel que se fica apenas uma diária, você acaba perdendo aquelas horinhas preciosas entre o check out do hóspede anterior e o seu check in, que o hotel precisa para fazer a limpeza e arrumação do quarto.
Mas se o que você tem disponível é apenas um dia, como nós, vá sem medo de ser feliz, porque como eu disse, vale muito a pena. Além de desfrutar de um hotel 5 estrelas, com todas as suas comodidades e staff excepcional, você ainda tem pensão completa, que inclui café da manhã, almoço, jantar e lanchinhos antes dos safáris. E, claro, o mais legal, os safáris, de pôr-do-sol e amanhecer, bem ali na porta do hotel, tudo certo te esperando, sem qualquer preocupação.
E compensa mais do que fazer o safári no Kruger? Não. Cada um tem suas vantagens e desvantagens, mas os safáris são bem diferentes e se for possível, não escolha, fique com os dois!
♥
Vanessa Gusmão
—
Veja também:
África do Sul: o que levar na mala
África do Sul: preparativos para a viagem