África do Sul: safári e hospedagem no Kruger

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Para mim, a parte mais esperada da viagem à África do Sul eram os safáris, especialmente, no famoso Kruger Park.

O Kruger é o maior parque da África do Sul, com aproximadamente 20.000 km² (ou 2.000.000 de hectares), localizado na região nordeste do país, com uma extensão de 350 km de norte a sul e 60 km de leste a oeste. O parque foi inaugurado em 1926 e seu nome é uma homenagem ao ex-presidente Stephanus Johannes Paul Kruger.

O parque está aberto tanto para visitantes que optem em apenas passar o dia, como para aqueles que decidam se hospedar por lá. Dentro do parque exitem vários Camps, que são áreas delimitadas, onde ficam os alojamentos, local para camping, lojinha, posto de gasolina, lavanderia e mercearia. Os maiores possuem até piscina, playground, restaurante e caixa eletrônico (ATM).

Nesses locais os visitantes, sejam ou não hóspedes, podem utilizar as áreas comuns, os banheiros, as cozinhas comunitárias, fazer piqueniques, etc. São os únicos locais dentro do parque onde os turistas podem sair do carro.

 

Hospedagem dentro do Parque

Existem 9 tipos de acomodações, desde acampar com sua própria barraca ou trailer, passando por tendas estruturadas (foto abaixo), chalés, até os bangalôs de luxo.

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Os Camps são murados e os portões ficam fechados a noite, garantindo que você durma tranquilamente, mesmo que opte por dormir em uma barraca!

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No site do parque, você consegue ver todos os camps, o que cada um oferece, o mapa e as fotos do local. O site é todo em inglês, sendo que alguns trechos têm tradução para o português, mas não espere muito, a tradução se parece mais com aquelas feitas pelo tradutor do Google.

Esse é o site oficial do South African National Parks (Parques Nacionais da África do Sul), com o link direto do Kruger, onde você faz a reserva da hospedagem e dos passeios:

https://www.sanparks.org/parks/kruger/default.php/

Lembre-se que esse site administra reservas em diversos outros parques, portanto, fique atento para não se distrair e acabar fazendo suas reservas no parque “errado”.

Fiquei hospedada no Crocodile Bridge, que fica na parte sul do Kruger e adorei a experiência. Ficamos em um chalé para 3 pessoas, com banheiro privativo. O quarto é simples, como se pode ver nas fotos, porém arejado e confortável, o suficiente para descansar após um longo dia de passeio.

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Do lado de fora do bangalô tem uma espécie de varanda, com uma mini cozinha e churrasqueira.

Esse Camp é pequeno, não possui restaurante, apenas um quiosque que serve café/chocolate quente e tem um mercadinho com tantas opções de alimentos, que você consegue sobreviver tranquilamente! Além disso, nesse mercadinho também vende souvenirs, com preços melhores do que os que vimos no restante da viagem.

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O fato do Camp ser menor do que muitos outros, sem uma infraestrutura completa, tem lá suas vantagens, pois torna-se menos procurado, com menor movimentação de carros ao redor, o que facilita a observação dos animais. E nada impede de você dormir neste Camp e almoçar em qualquer um dos outros, pois os restaurante não são exclusivos para hóspedes.

Importante lembrar de respeitar os horários do parque. Os portões abrem às 5h30/6h e fecham entre as 17h30/18h30, dependendo da época do ano. Portanto, esse é o horário limite para quem vai apenas para passar o dia deixar o parque, e para quem se hospedar dentro do parque voltar para o seu Camp. Após esse horário é proibida a circulação de qualquer veículo de turistas.

Quem se hospeda dentro do Kruger, tem mais uma vantagem, nos meses de novembro, dezembro e janeiro, os portões do Camp  abrem 1h antes dos portões do parque, o que garante mais tranquilidade e aumenta as chances de ver mais animais.

A localização do Crocodile Bridge também é estratégica para aqueles que querem dar uma esticadinha até Moçambique. Do Camp até a divisa com o país vizinho são apenas 15km (em torno de 25 minutos) e até a Capital, Maputo, são 116km (2h30).

 

Como funcionam os safáris oferecidos pelo Kruger

O que nós chamamos de safári, ou seja, o passeio de jipe (ou outro veículo) para observação dos animais, lá é chamado de “game drive“.

Você pode contratar os safári com o próprio parque ou fazer o passeio em seu próprio carro – chamado de self-drive.

O Kruger oferece 4 opções de game-drives:

– Morning Drives (safári ao amanhecer, dura em média 3h30)

– Sunset Drives (safári ao pôr-do-sol, dura em média 3h)

– Night Drives (safári noturno, dura em média 2h)

– All-day-drive (safári durante um dia inteiro)

Os safáris são feitos em um tipo de ônibus aberto nas laterais. Durante todo o passeio o motorista fala sobre o parque e sobre os animais.

A vantagem de se contratar o safári com o parque é que você fica livre para curtir e tirar suas fotos, aprende muito sobre a fauna e flora, e outra coisa legal é que os veículos do parque andam também por estradas de terra que não são permitidas aos veículos de passeio. Sim, eles entram no meio do mato!

Além de tudo isso, após o fechamento dos portões do parque nenhum veículo de turista tem permissão para andar pelo parque, portanto, a única forma de se fazer um safári noturno é contratando esse passeio. Apesar da dificuldade em achar os animais, curti muito o safári noturno.

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Meu conselho é, se possível faça pelo menos um de cada tipo. Quando estava planejando minha viagem para lá, pensei: “Vai saber quando terei a oportunidade de ir à África novamente”, portanto, conheci o máximo que pude e valeu a pena.

Achei bem válido ter feito esse passeio contratado, porque além de toda comodidade que já mencionei, era nosso primeiro dia no parque, não sabíamos direito como as coisas funcionavam, então nos deu maior segurança para fazer o self-drive no dia seguinte.

Se seu orçamento tiver bem folgado e você não quiser dirigir pelo parque com seu próprio carro, existe a opção do safári do dia inteiro (all-day-drive), que inclui o aluguel do carro e um motorista só para o seu grupo, o que dá total liberdade de passeio, sem ter que dirigir e sem preocupar com o caminho.

 

Como funciona o self-drive (você dirige seu próprio carro)

Antes de viajar para lá, eu estava um pouco receosa de fazer o self-drive mas ao chegar lá, percebi como era tranquilo e sinceramente foi ótimo pois você faz seu horário, vai para o lado que quiser e pára quando der na telha. Não precisa de muito esforço para achar os animais, é só dirigir devagar e olhar para os lados. Às vezes nem isso precisa… não é raro ver os animais atravessando a pista, bem na sua frente!

Para ajudar os turistas que decidem desbravar o parque por conta própria, todos os dias os funcionários dos Camps indicam os locais onde os animais foram vistos. Eles dizem que o melhor horário para se observar os animais é logo cedo ou no fim do dia.

Mas fique tranquilo se esquecer de ver esse quadro. Onde tiver um carro parado, pare atrás, com certeza tem alguma coisa interessante ali.

Aproveito para dizer que não é preciso alugar um 4×4, porque você só pode andar pelas ruas asfaltadas do parque, a não ser que você queira ir aos locais mais remotos do parque.

Enfim, é bem seguro, basta seguir as orientações do parque (como não sair do veículo ou alimentar os animais), para não correr o risco de ser atacado ou pagar uma multa bem salgada, correndo o risco ainda, de ser expulso do parque.

Ao selecionar o Camp, você consegue ver os animais que geralmente são encontrados nas redondezas (“geralmente”, porque como o parque é imenso e os animais vivem soltos, não dá para ter certeza de onde serão encontrados). Eu escolhi o Crocodile Bridge, justamente por esse motivo. A informação do parque é que lá seria possível ver: leão, girafa, hiena, kudu e guepardo.

Mas nem sempre essa informação é precisa. A única coisa certa é que os safáris realmente são imprevisíveis. Não vimos nenhum leão (pelo menos, não dentro do Kruger), porém logo que entramos no parque já avistamos uma família inteira de elefantes. Nos arredores do nosso Camp também vimos girafas, zebras, impalas, rinocerontes, búfalos, coelho do mato e por aí vai. Ou seja, bem diferente da listinha que estava no site.

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Garanto uma coisa, você pode até não ver todos os big five (leão, elefante, búfalo, rinocerontes e leopardo), mas não sairá de lá decepcionado. A natureza é extremamente generosa… ver os animais ali, bem de pertinho, livres em seu habitat, mais a paisagem da savana não deixam espaço para frustrações! É uma experiência única, para levar para a vida.

 

Quanto custa a hospedagem e o safári dentro do Kruger

Para se ter uma base, nós pagamos R1.525,61 (R$ 495) na diária do bangalô para 3 pessoas, sem nenhuma refeição inclusa, e mais R232,30 (R$ 76) no safári noturno, por pessoa. Importante ter em mente que o safári noturno é um pouco mais barato que os demais, porque é mais curto. Paguei tudo com com cartão de crédito, no momento da reserva. Depois eles me mandaram por email a confirmação da reserva, com diversas informações, inclusive as regras de segurança do parque.

Além da hospedagem e das atividades escolhidas, todos os visitantes, mesmo aqueles que vão apenas para passar o dia, têm que pagar uma taxa de conservação de R304 (R$ 100) por dia, por pessoa. Esse valor é pago lá na entrada do parque, no momento do check in.

É bem aconselhável que se faça reserva com antecedência, tanto da hospedagem, quanto dos safáris, porque a procura é muito grande e as vagas são limitadas. Reservei com 1 mês e meio de antecedência e não tinha mais vaga para o safári ao amanhecer, somente para o noturno. Por isso, se quiser viajar tranquilo e se tiver que fazer adaptações no roteiro, melhor garantir.

* Preços referentes a fevereiro de 2017.

 

Perguntas que não querem calar

Então é melhor se hospedar dentro do Kruger? Como escolher o Camp ideal para mim?

As perguntas são válidas e a resposta para as duas é a mesma: depende do que você quer.

No post eu falei de algumas vantagens de se hospedar dentro do Kruger, além da vantagem de não precisar fazer os deslocamentos para os safáris e atividades dentro do parque, tem a experiência de se hospedar ali, no meio daquele lugar incrível.

Por outro lado, nas redondezas do parque você pode encontrar uma hospedagem com preços melhores ou com mais conforto e ter liberdade para ir no restaurante que quiser durante a noite. Então, como eu disse antes, vai depender do que você procura, das suas prioridades e do orçamento.

Eu preferi ficar dentro do Kruger, até porque, como meu roteiro estava bem apertado, não queria perder tempo com o deslocamento até lá.

Depois, na última noite, me hospedei em uma reserva privada, colada ao parque, com todo conforto e luxo que eu mereço (hahaha!!!), com todas as refeições e dois safáris já incluídos na diária… para eu não me preocupar com absolutamente nada!

Leia aqui como foi: África do Sul: hotel de luxo com safári incluído… vale a pena?

Quer saber? Adorei as duas experiências, são bem diferentes e ambas marcantes. Se viajasse para lá novamente, não trocaria uma pela outra, faria igualzinho.

E como escolher o “melhor” Camp dentro do Kruger? O melhor Camp é aquele que tem a infraestrutura e localização que você procura. Lembre-se que os visitantes passam o dia fora, fazendo os safáris e passeios, então às vezes a estrutura não faz diferença. E sobre a localização, não sei se a informação é verídica, mas dizem que na parte sul do parque as chances são maiores de encontrar os big five. Mas é importante pensar primeiro na logística: onde estarei antes de ir ao Kruger e para onde irei depois, porque a verdade é que os bichos ficam soltos, portanto, não importa o Camp que você escolher, quais animais você verá é uma surpresa!

Se tiver mais tempo, considere ficar em mais de um Camp, assim você acaba com essa dúvida! Além disso, como o trajeto entre os Camps é feito por estrada dentro do parque, a própria viagem até o próximo destino já é um self-drive!

Espero que esse post te ajude bastante e se tiver qualquer dúvida ou quiser acrescentar alguma informação, por favor, deixe nos comentários.

 

Vanessa Gusmão

Leia também:

África do Sul: O que levar na mala

África do Sul: preparativos para a viagem

África do Sul: sugestão de roteiro

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Para mim, a parte mais esperada da viagem à África do Sul eram os safáris, especialmente, no famoso Kruger Park.

O Kruger é o maior parque da África do Sul, com aproximadamente 20.000 km² (ou 2.000.000 de hectares), localizado na região nordeste do país, com uma extensão de 350 km de norte a sul e 60 km de leste a oeste. O parque foi inaugurado em 1926 e seu nome é uma homenagem ao ex-presidente Stephanus Johannes Paul Kruger.

O parque está aberto tanto para visitantes que optem em apenas passar o dia, como para aqueles que decidam se hospedar por lá. Dentro do parque exitem vários Camps, que são áreas delimitadas, onde ficam os alojamentos, local para camping, lojinha, posto de gasolina, lavanderia e mercearia. Os maiores possuem até piscina, playground, restaurante e caixa eletrônico (ATM).

Nesses locais os visitantes, sejam ou não hóspedes, podem utilizar as áreas comuns, os banheiros, as cozinhas comunitárias, fazer piqueniques, etc. São os únicos locais dentro do parque onde os turistas podem sair do carro.

 

Hospedagem dentro do Parque

Existem 9 tipos de acomodações, desde acampar com sua própria barraca ou trailer, passando por tendas estruturadas (foto abaixo), chalés, até os bangalôs de luxo.

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Os Camps são murados e os portões ficam fechados a noite, garantindo que você durma tranquilamente, mesmo que opte por dormir em uma barraca!

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No site do parque, você consegue ver todos os camps, o que cada um oferece, o mapa e as fotos do local. O site é todo em inglês, sendo que alguns trechos têm tradução para o português, mas não espere muito, a tradução se parece mais com aquelas feitas pelo tradutor do Google.

Esse é o site oficial do South African National Parks (Parques Nacionais da África do Sul), com o link direto do Kruger, onde você faz a reserva da hospedagem e dos passeios:

https://www.sanparks.org/parks/kruger/default.php/

Lembre-se que esse site administra reservas em diversos outros parques, portanto, fique atento para não se distrair e acabar fazendo suas reservas no parque "errado".

Fiquei hospedada no Crocodile Bridge, que fica na parte sul do Kruger e adorei a experiência. Ficamos em um chalé para 3 pessoas, com banheiro privativo. O quarto é simples, como se pode ver nas fotos, porém arejado e confortável, o suficiente para descansar após um longo dia de passeio.

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Do lado de fora do bangalô tem uma espécie de varanda, com uma mini cozinha e churrasqueira.

Esse Camp é pequeno, não possui restaurante, apenas um quiosque que serve café/chocolate quente e tem um mercadinho com tantas opções de alimentos, que você consegue sobreviver tranquilamente! Além disso, nesse mercadinho também vende souvenirs, com preços melhores do que os que vimos no restante da viagem.

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O fato do Camp ser menor do que muitos outros, sem uma infraestrutura completa, tem lá suas vantagens, pois torna-se menos procurado, com menor movimentação de carros ao redor, o que facilita a observação dos animais. E nada impede de você dormir neste Camp e almoçar em qualquer um dos outros, pois os restaurante não são exclusivos para hóspedes.

Importante lembrar de respeitar os horários do parque. Os portões abrem às 5h30/6h e fecham entre as 17h30/18h30, dependendo da época do ano. Portanto, esse é o horário limite para quem vai apenas para passar o dia deixar o parque, e para quem se hospedar dentro do parque voltar para o seu Camp. Após esse horário é proibida a circulação de qualquer veículo de turistas.

Quem se hospeda dentro do Kruger, tem mais uma vantagem, nos meses de novembro, dezembro e janeiro, os portões do Camp  abrem 1h antes dos portões do parque, o que garante mais tranquilidade e aumenta as chances de ver mais animais.

A localização do Crocodile Bridge também é estratégica para aqueles que querem dar uma esticadinha até Moçambique. Do Camp até a divisa com o país vizinho são apenas 15km (em torno de 25 minutos) e até a Capital, Maputo, são 116km (2h30).

 

Como funcionam os safáris oferecidos pelo Kruger

O que nós chamamos de safári, ou seja, o passeio de jipe (ou outro veículo) para observação dos animais, lá é chamado de "game drive".

Você pode contratar os safári com o próprio parque ou fazer o passeio em seu próprio carro - chamado de self-drive.

O Kruger oferece 4 opções de game-drives:

- Morning Drives (safári ao amanhecer, dura em média 3h30)

- Sunset Drives (safári ao pôr-do-sol, dura em média 3h)

- Night Drives (safári noturno, dura em média 2h)

- All-day-drive (safári durante um dia inteiro)

Os safáris são feitos em um tipo de ônibus aberto nas laterais. Durante todo o passeio o motorista fala sobre o parque e sobre os animais.

A vantagem de se contratar o safári com o parque é que você fica livre para curtir e tirar suas fotos, aprende muito sobre a fauna e flora, e outra coisa legal é que os veículos do parque andam também por estradas de terra que não são permitidas aos veículos de passeio. Sim, eles entram no meio do mato!

Além de tudo isso, após o fechamento dos portões do parque nenhum veículo de turista tem permissão para andar pelo parque, portanto, a única forma de se fazer um safári noturno é contratando esse passeio. Apesar da dificuldade em achar os animais, curti muito o safári noturno.

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Meu conselho é, se possível faça pelo menos um de cada tipo. Quando estava planejando minha viagem para lá, pensei: "Vai saber quando terei a oportunidade de ir à África novamente", portanto, conheci o máximo que pude e valeu a pena.

Achei bem válido ter feito esse passeio contratado, porque além de toda comodidade que já mencionei, era nosso primeiro dia no parque, não sabíamos direito como as coisas funcionavam, então nos deu maior segurança para fazer o self-drive no dia seguinte.

Se seu orçamento tiver bem folgado e você não quiser dirigir pelo parque com seu próprio carro, existe a opção do safári do dia inteiro (all-day-drive), que inclui o aluguel do carro e um motorista só para o seu grupo, o que dá total liberdade de passeio, sem ter que dirigir e sem preocupar com o caminho.

 

Como funciona o self-drive (você dirige seu próprio carro)

Antes de viajar para lá, eu estava um pouco receosa de fazer o self-drive mas ao chegar lá, percebi como era tranquilo e sinceramente foi ótimo pois você faz seu horário, vai para o lado que quiser e pára quando der na telha. Não precisa de muito esforço para achar os animais, é só dirigir devagar e olhar para os lados. Às vezes nem isso precisa... não é raro ver os animais atravessando a pista, bem na sua frente!

Para ajudar os turistas que decidem desbravar o parque por conta própria, todos os dias os funcionários dos Camps indicam os locais onde os animais foram vistos. Eles dizem que o melhor horário para se observar os animais é logo cedo ou no fim do dia.

Mas fique tranquilo se esquecer de ver esse quadro. Onde tiver um carro parado, pare atrás, com certeza tem alguma coisa interessante ali.

Aproveito para dizer que não é preciso alugar um 4x4, porque você só pode andar pelas ruas asfaltadas do parque, a não ser que você queira ir aos locais mais remotos do parque.

Enfim, é bem seguro, basta seguir as orientações do parque (como não sair do veículo ou alimentar os animais), para não correr o risco de ser atacado ou pagar uma multa bem salgada, correndo o risco ainda, de ser expulso do parque.

Ao selecionar o Camp, você consegue ver os animais que geralmente são encontrados nas redondezas ("geralmente", porque como o parque é imenso e os animais vivem soltos, não dá para ter certeza de onde serão encontrados). Eu escolhi o Crocodile Bridge, justamente por esse motivo. A informação do parque é que lá seria possível ver: leão, girafa, hiena, kudu e guepardo.

Mas nem sempre essa informação é precisa. A única coisa certa é que os safáris realmente são imprevisíveis. Não vimos nenhum leão (pelo menos, não dentro do Kruger), porém logo que entramos no parque já avistamos uma família inteira de elefantes. Nos arredores do nosso Camp também vimos girafas, zebras, impalas, rinocerontes, búfalos, coelho do mato e por aí vai. Ou seja, bem diferente da listinha que estava no site.

https://flic.kr/p/HpZLTW

Garanto uma coisa, você pode até não ver todos os big five (leão, elefante, búfalo, rinocerontes e leopardo), mas não sairá de lá decepcionado. A natureza é extremamente generosa... ver os animais ali, bem de pertinho, livres em seu habitat, mais a paisagem da savana não deixam espaço para frustrações! É uma experiência única, para levar para a vida.

 

Quanto custa a hospedagem e o safári dentro do Kruger

Para se ter uma base, nós pagamos R1.525,61 (R$ 495) na diária do bangalô para 3 pessoas, sem nenhuma refeição inclusa, e mais R232,30 (R$ 76) no safári noturno, por pessoa. Importante ter em mente que o safári noturno é um pouco mais barato que os demais, porque é mais curto. Paguei tudo com com cartão de crédito, no momento da reserva. Depois eles me mandaram por email a confirmação da reserva, com diversas informações, inclusive as regras de segurança do parque.

Além da hospedagem e das atividades escolhidas, todos os visitantes, mesmo aqueles que vão apenas para passar o dia, têm que pagar uma taxa de conservação de R304 (R$ 100) por dia, por pessoa. Esse valor é pago lá na entrada do parque, no momento do check in.

É bem aconselhável que se faça reserva com antecedência, tanto da hospedagem, quanto dos safáris, porque a procura é muito grande e as vagas são limitadas. Reservei com 1 mês e meio de antecedência e não tinha mais vaga para o safári ao amanhecer, somente para o noturno. Por isso, se quiser viajar tranquilo e se tiver que fazer adaptações no roteiro, melhor garantir.

* Preços referentes a fevereiro de 2017.

 

Perguntas que não querem calar

Então é melhor se hospedar dentro do Kruger? Como escolher o Camp ideal para mim?

As perguntas são válidas e a resposta para as duas é a mesma: depende do que você quer.

No post eu falei de algumas vantagens de se hospedar dentro do Kruger, além da vantagem de não precisar fazer os deslocamentos para os safáris e atividades dentro do parque, tem a experiência de se hospedar ali, no meio daquele lugar incrível.

Por outro lado, nas redondezas do parque você pode encontrar uma hospedagem com preços melhores ou com mais conforto e ter liberdade para ir no restaurante que quiser durante a noite. Então, como eu disse antes, vai depender do que você procura, das suas prioridades e do orçamento.

Eu preferi ficar dentro do Kruger, até porque, como meu roteiro estava bem apertado, não queria perder tempo com o deslocamento até lá.

Depois, na última noite, me hospedei em uma reserva privada, colada ao parque, com todo conforto e luxo que eu mereço (hahaha!!!), com todas as refeições e dois safáris já incluídos na diária... para eu não me preocupar com absolutamente nada!

Leia aqui como foi: África do Sul: hotel de luxo com safári incluído… vale a pena?

Quer saber? Adorei as duas experiências, são bem diferentes e ambas marcantes. Se viajasse para lá novamente, não trocaria uma pela outra, faria igualzinho.

E como escolher o "melhor" Camp dentro do Kruger? O melhor Camp é aquele que tem a infraestrutura e localização que você procura. Lembre-se que os visitantes passam o dia fora, fazendo os safáris e passeios, então às vezes a estrutura não faz diferença. E sobre a localização, não sei se a informação é verídica, mas dizem que na parte sul do parque as chances são maiores de encontrar os big five. Mas é importante pensar primeiro na logística: onde estarei antes de ir ao Kruger e para onde irei depois, porque a verdade é que os bichos ficam soltos, portanto, não importa o Camp que você escolher, quais animais você verá é uma surpresa!

Se tiver mais tempo, considere ficar em mais de um Camp, assim você acaba com essa dúvida! Além disso, como o trajeto entre os Camps é feito por estrada dentro do parque, a própria viagem até o próximo destino já é um self-drive!

Espero que esse post te ajude bastante e se tiver qualquer dúvida ou quiser acrescentar alguma informação, por favor, deixe nos comentários.

 

Vanessa Gusmão

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África do Sul: O que levar na mala

África do Sul: preparativos para a viagem

África do Sul: sugestão de roteiro